O grupo “Jovens Comprometidos”, da Paróquia de Nossa Senhora da Areosa, acompanhados de outro grupo de Leça da Palmeira, deslocaram-se no passado dia 14 de Maio à prisão de Custoias onde animaram com a alegria da sua música a celebração do Terço e da Eucaristia. Testemunharam este acontecimento na Comunidade que os aplaudiu com uma sentida salva de palmas |
“Esta visita teve como objetivo compreender como é a vida na prisão e comprovar que as pessoas que se encontram lá dentro não são diferentes das que estão cá fora. Tal como nós cometem erros, uns mais graves, outros menos, e precisam da nossa ajuda para se reintegrarem na sociedade. Não é fácil sair da prisão e retomar a vida cá fora, nem todos têm uma família que os apoie, e cabe a nós dar lhes esse apoio, para que não voltem a cometer os mesmos erros”, referiu um dos jovens.
É interessante que recordei o nosso Papa Francisco numa entrevista dada ao vaticanista italiano Andrea Tornielli:“A Igreja não está no mundo para condenar, mas para permitir o encontro com o amor visceral que é a misericórdia de Deus” e, diz ainda, que também o Papa é alguém com “necessidade da misericórdia de Deus”. Revela ter uma “relação especial” com os presos. “Cada vez que passo a porta de uma cadeia para uma celebração ou para uma visita, surge-me sempre este pensamento: porque eles e não eu? explica, acrescentando que não se sente “melhor” do que aqueles que estão à sua frente.
Depois da celebração os jovens visitaram a unidade livre de drogas, um local no qual alguns reclusos vivem e lutam contra a sua dependência. Têm trabalhos com remuneração, o que lhes permite aprender a gerir o dinheiro. Aqui tiveram a oportunidade de ouvir o testemunho de alguns dos reclusos, que lhes tiraram algumas dúvidas e deram conselhos proveitosos.
Nesta visita foram acompanhados por uma equipa de voluntários, na qual se inclui o Padre Davide Matamá capelão desta prisão. Estas pessoas acompanham os reclusos e têm como objetivo ajudá-los a ultrapassar esta fase difícil da vida e acompanham-nos para que se possam reintegrar na sociedade, tanto dentro da prisão como fora, quando saem em liberdade.
Os jovens dizem ter sido uma experiencia enriquecedora e ficam á espera de mais oportunidades como estas para poder dar o seu contributo à sociedade.
Parabéns queridos jovens pela forma solidária com que visitastes aqueles que estão presos e assim realizastes uma grande obra de misericórdia que de certeza vai fazer a diferença nas vossas vidas e, tiveram assim a oportunidade de sentirem a verdadeira alegria que nasce de contribuir para a felicidade dos outros muito especialmente os que vivem marginalizados pela sociedade.
E concluo com a palavra do Papa explicando que os presidiários “poderão ganhar indulgência nas capelas das prisões, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, também consegue transformar as grades em experiências de liberdade”.