| “Vence a Indiferença e Conquista a Paz” Deus não é indiferente; importa-Lhe a humanidade! Deus não a abandona! A primeira forma de indiferença na sociedade humana é a indiferença para com Deus, da qual deriva também a indiferença para com o próximo e a criação. Noutros casos a indiferença manifesta-se como falta de atenção à realidade circundante, especialmente a mais distante. Quase sem nos dar conta, tornámo-nos incapazes de sentir compaixão pelos outros, pelos seus dramas; não nos interessa ocupar-nos deles, como se aquilo que lhes sucede fosse responsabilidade alheia, que não nos compete. A indiferença para com Deus supera a esfera íntima e espiritual da pessoa individual e investe a esfera pública e social. |
Jesus identifica-se com a humanidade: “O primogénito de muitos irmãos”. Não se contentava em ensinar às multidões, mas preocupava-se com elas, especialmente quando as via famintas. Jesus ensina-nos a sermos misericordiosos como o Pai, bem patente na Parábola do Bom Samaritano. A misericórdia é o coração de Deus. Por isso deve ser também o coração de todos aqueles que se reconhecem membros da única grande família dos seus filhos. A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. E, deste amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos em suma, onde houver cristãos qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia.
No espírito do Jubileu da Misericórdia, cada um é chamado a reconhecer como se manifesta a indiferença na sua vida e a adotar um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive, a começar pela própria família, a vizinhança ou o ambiente de trabalho.